Meus pais me Ama

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

SUZIMARA MEDEIROS
do Bebê Online



Durante a gravidez se estabelece, entre a mamãe e o seu bebê, uma relação muito estreita e começa a se constituir o vínculo mágico que une a mamãe e o filho. Já dentro do útero, o bebê reconhece certos sinais que, transmitidos sensorialmente pela mãe, se tornam inconfundíveis. A voz, o seu balancear ao andar, os seus ritmos biológicos, marcam no pequenino a vivência da sua mãe. O nascimento supõe uma separação tanto para a mãe como para o seu filho: o bebê deve abandonar o calor e o equilíbrio natural do seu “lar”, para entrar num mundo que se modifica, impregnado de sensações agressivas - luzes, ruídos, temperatura - que agridem os seus sentidos, até então a salvo dentro do corpo da mamãe.

Este laço íntimo entre a mãe e o filho reunificar logo depois do parto através do contato físico: a amamentação, as carícias, os cuidados diários, o olhar e a voz. A mamãe é a mediadora entre o bebê e este novo mundo, tornando aquilo que o perturba em algo menos agressivo e mais tolerável. Durante o primeiro ano de vida, a mãe é a intérprete de toda a percepção, ação e conhecimento do bebê. E a comunicação entre eles se estabelece basicamente através do corpo: ela oferece os estímulos táteis necessários para a aprendizagem.

O Por que das Caricias



Os cuidados no dia a dia, que implicam um contato corporal, ajudam a resolver as suas tensões e mal-estar. Mas esse contato é mais do que um toque gratificante. Enquanto a mãe o toca, mexe, o aperta contra o seu peito, facilita a possibilidade de captar pressões, texturas e temperaturas. Assim, começa a sentir, regista o seu próprio corpo, captura sensações. Começa a se reconhecer como diferente de tudo quanto o rodeia. Por isso, é fundamental, que a mamãe toque o bebê, dado que o contato favorece o desenvolvimento das capacidades motoras, intelectuais e afetivas. Faz com que se sinta amado e cuidado; e, fundamentalmente, ajuda a evolução do seu nenénzinho. Na hora de pensar no carinho, não há que regatear sequer uma carícia, pois assim como o leite nutre o seu corpo e sacia o seu apetite, as carícias e os mimos alimentam o psiquismo do bebê, a sua interioridade; e fazem crescer.

Ensinar, Falar



Embora ainda não compreenda o significado das palavras, o bebê reconhece a voz da sua mamãe; particularmente tranquilizadora: é a que escutou durante meses dentro da barriga. Através da voz, a mãe ensina ao pequenito um novo código, comum a todas as pessoas; que, logicamente, necessitará de tempo e maturação para aprender e utilizar. São óbvias as manifestações de prazer do bebê quando o levanta nos braços, o mima ou lhe fala: diminui a frequência da sua respiração; a sua boca abre e fecha alternadamente; a sua cabeça balança, suave, para a frente e para trás, enquanto olha a face da sua mamãe. Depois, manifestará com o riso e, pouco depois, com vocalizações, as suas sensações de bem-estar. Quando aprende a se sentar e a utilizar as suas mãos para agitar os brinquedos, pode tornar temporariamente menos absorvente e suportar a saída da sua mãe sem chorar. Mas, aos oito ou nove meses, começa a inquietar ao ver a sua mamãe com outra criança ou com os seus irmãos mais velhos ao colo. Depois do primeiro ano, o pequenito tem uma necessidade ainda maior de afeto e segurança; e torna mais dependente dos seus pais, exigindo cada vez mais a sua presença e demonstrações de carinho.

Dar segurança



As necessidades de amor e a segurança da criança aumentam particularmente quando está cansada, doente ou tem alguma dor, como a produzida por uma queda ou a saída dos dentes. Requer afeto, sobretudo quando está aborrecida, irritável ou a chorando atoa. Necessita de se sentir segura, sempre, do amor paterno. Precisa de sentir que a desejam e que tem o seu lugar no lar. Quando se comporta mal ou fez alguma travessura, também necessita de ser tratada com carinho, apesar de neste momento os pais pensarem que é quando menos merece. E quanto aos caprichos, não há porque se preocupar se os pais entendem que mimos e limites não se excluem. As crianças apreciam e descobrem o amor na expressão do rosto dos seus pais, nos seus tons de voz, na paciência, na gentileza e na compreensão com que são tratadas; pelo que os seus pais dizem, e pela forma como o dizem. Quer dizer que são as manifestações de afeto ou desagrado que vão constituindo a percepção que a criança tem do seu ambiente afetivo. Quanto mais ânimo, confiança e afeto, e quanto mais a ajudar sem restringir a sua liberdade - em vez de a atemorizarmos - melhor responderá. O que as crianças necessitam, mais do que qualquer outra coisa - e o que em grande parte determina a sua conduta - é o afeto e a segurança que se possa oferecer.

Deixar, mais sem Culpas.



Os sentimentos de segurança da criança se alteram com a separação prolongada de qualquer um dos seus pais. A criança pode perturbar quando a mãe se ausenta durante períodos muito longos. Umas curtas e ocasionais férias que mantêm os pais separados da criança não causam nenhum dano, mas as separações repetidas podem provocar insegurança. As crianças também podem sentir inseguras quando se mudam, se muda a pessoa que cuida dela ou perante a chegada de um novo irmão, temem a perda do carinho exclusivo que durante muito tempo tiveram. De qualquer modo, é um erro que os pais achem que nunca o devem deixar sozinho. Sempre que seja cuidado por alguém que ele conhece e gosta, como uma avó, não sofrerá nenhum prejuízo psicológico; e inclusive, até pode ser benéfico. Se a mamãe tem que sair para trabalhar, a criança deve ficar ao cuidado de alguém que a ama e por quem ela sinta afeto.

Não a Critica



A criança necessita de sentir que os seus pais não a criticam, que a amam pelo que é, e que estão interessados no que diz e no que faz. É um erro ridicularizar uma criança ou fazer comparações odiosas e desfavoráveis entre ela e os seus irmãos ou amigos. Tais atitudes só conseguem promover insegurança e maus sentimentos. Recorde que as relações que a criança (e logo o adulto) construirá no futuro estarão marcadas pelo carinho, a tolerância e a compreensão que tenha recebido durante os primeiros anos da sua vida. À medida que o nosso pequeno cresce, vai adquirindo as habilidades necessárias para desempenhar no meio em que vive, mas ainda não pode prescindir do cuidado e da orientação dos seus pais. Em períodos posteriores, como a adolescência, é possível que lute pela sua independência, embora continue a desejar ser o bebê a quem tudo era dado e permitido. No entanto, este é o começo de uma nova etapa, agora com a sua maturidade sexual, em que deverá aprender a renunciar definitivamente aos seus pais, para se converter em alguém que formará a sua própria família. Mas essa já é “outra história”.



Suzimara Medeiros
Suzimara Medeiros, 28 anos, é educadora do ensino particular, Suzimara trabalha como professora a seis anos, já desenvolveu trabalhos em sites infantis, também é formada em Pedagogia.

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