De Bebê a Criança

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

do Bebê Online

À medida que vai crescendo vai adquirindo novas competências o que exige uma reorganização constante da própria e da família que a rodeia. No primeiro de ano de vida o desenvolvimento é mais acelerado do que em qualquer outra fase da vida do ser humano.

Muitas das capacidades que a criança desenvolverá mais tarde dependerão em larga medida da forma como for estimulada durante o primeiro ano de vida. Sendo os pais as figuras principais na vida da criança nesta fase do desenvolvimento, se constituem como os principais mediadores das brincadeiras e é essencial que possam desenvolver jogos adequados às suas competências e que as ajudem a consolidá-las e desenvolvê-las. A redefinição dos parâmetros espaciais.

Nesta idade o bebê passa rapidamente dos comportamentos exploratórios e repetitivos, que envolvem olhar, tocar, vocalizar, para comportamentos que exigem maior coordenação e manipulação de objetos, o que obriga a uma constante redefinição dos parâmetros espaciais devido à sua cada vez maior capacidade de mobilidade e força. Ao brincar com a criança, seja com objetos ou com o próprio corpo, os pais ajudam a criança a compreender como funciona o mundo que a rodeia.



Uma das aquisições fundamentais nesta fase é a percepção de que um objeto não desaparece do mundo só porque ela deixa de o ver. Assim, a criança começa a conseguir prever que o objeto que desapareceu pode reaparecer. É engraçado observar como os bebês inicialmente se desinteressam de um objeto apenas porque ele desaparece do seu campo visual e a partir de determinada altura conseguem manter o interesse e inclusivamente prever onde o objeto irá reaparecer. Mas só é possível adquirir rapidamente estas capacidades se houver uma estimulação adequada.

A capacidade de previsão é a base da formação da permanência do objeto, que permite à criança construir mentalmente uma imagem dos outros, a imagem materna, suportando melhor a sua ausência. Há também um aumento progressivo da capacidade de classificar objectos e situações, de generalização e de gerar nova informação, bem como de resolução de problemas e teste de hipóteses.

O poder do NÃO e a consciência do EU

Por volta dos dois anos a criança percebe o poder do não, olhando para o adulto de uma forma desafiadora que até então não existia. O desenvolvimento da consciência do “eu” comporta a descoberta de que pode discordar do outro, de que pode dizer “não”. A partir desse momento, a criança tentará quase sempre escolher, decidir, afirmar a sua personalidade. A criança percebe que tem vontade própria e testa a sua autonomia. É a fase do egocentrismo infantil, a criança considera que tudo existe por ela e para ela e para tal chama continuamente a atenção dos outros sobre si própria.

Não aceita as criticas e tem dificuldade em respeitar regras, o que muitas vezes resulta em birras e choradeiras. As birras não têm obrigatoriamente que ser momentos terríveis, podem se converter em momentos únicos de educação, tudo depende da forma como os pais lidarem com elas e há que compreender o que existe por detrás delas.



Embora seja difícil fazer uma criança desta idade entender o motivo de uma recusa, é bom transmitir o porquê das coisas, não dando apenas uma ordem ou dizendo “não”.

'Eu Faço'

A criança começa a compreender o que pode e o que não pode fazer, mas tenta fazer tudo sozinha, apesar de precisar da ajuda dos adultos. É uma fase de descoberta dos seus próprios limites. Deve ser permitido tentar, até que perceba que não é capaz e solicite ajuda. Explicações simples ajudam a compreender o que é certo e o que é errado.

Mas nada melhor que o exemplo dos adultos, sobretudo porque nesta idade a criança imita o adulto do mesmo sexo. Aprende observando e gosta de participar nas conversas e nas atividades dos adultos. Já organiza melhor o seu pensamento e forma frases completas para comunicar. No entanto, age e fala sem refletir. A sua concentração dura pouco tempo e tende a saltar de tarefa em tarefa. A criança deve ser encorajada a terminar aquilo que começa, a não desistir facilmente.

Deve ser elogiada pelo seu sucesso e pelas suas realizações, mesmo que sejam simples e pareçam pouco importantes aos olhos do adulto. Desenvolverá a sua auto-confiança e encorajá-la-á a procurar novos desafios.

Aprendizagem e Autonomização

Aprende noções de cor, tamanho, quantidade, tempo, etc., mas por vezes troca as coisas dizendo, por exemplo, “amanhã fui” ou “ontem vou”. Faz parte do seu processo de aprendizagem e de autonomização. É muito curiosa e pergunta o nome e o porquê de tudo. Nesta idade a criança já sabe que é menino ou menina, centra-se muito nas diferenças entre os sexos.

Às vezes os adultos ficam cansados com tantas perguntas, mas devem responder de forma simples à criança, com paciência e com calma, pois a curiosidade é necessária para o conhecimento e compreensão do mundo que a rodeia. Ouvir histórias é uma atividade de que as crianças desta idade gostam muito, o que as ajuda no desenvolvimento do pensamento e da linguagem.



Tem um maior controle no seu corpo e procura brinquedos de montar e armar. Os jogos com regras e de grupo começam a despertar o seu interesse, ajudam a conviver e a compartilhar com outras crianças. Tenta resolver os seus conflitos com as outras crianças, muitas vezes através de empurrões ou palmadas, até que seja explicado e que compreenda que essa não é a maneira mais adequada.

É também a idade do faz de conta, atividade que desenvolve as suas habilidades sociais e a sua capacidade de resolução de problemas, bem como a sua imaginação e criatividade. Tem tendência para mexer em tudo, para conhecer e compreender melhor as coisas. A necessidade de dormir diminui e a criança tem mais tempo para brincar e explorar o que a rodeia. Usa o desenho para mostrar o que pensa. Gosta de se sujar e de se molhar.

Fantasmas, Bruxas e Ladrões...

Sente medos que não sabe explicar. Para dar um nome é normal dizer que tem medo de fantasmas, bruxas ou ladrões. Os pais não devem subestimar nem ridicularizar ou ignorar os medos da criança, pois ela necessita de compreensão e tolerância.

Por outro lado, não devem sobrevalorizar o medo. Devem aceitá-lo como uma etapa natural do crescimento, conversar com a criança sobre o que a preocupa e procurar responder de forma adequada. Nesta idade é necessário que os pais ajudem a criança a desenvolver a sua consciência e o seu raciocínio moral. Sobretudo, é preciso que os pais tenham paciência e bom humor, orientando a criança e sendo capazes de entrar no seu mundo e de o compreender.

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